quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Reflexão sobre o amor, casamento e infidelidade




Por Josi Cristiane

No passado, em seu estado primitivo, leia-se "idade da pedra", o homem vivia relacionamentos promíscuos, atraídos pelas necessidades do sexo sem qualquer respeito pelas emoções uns dos outros, a vinculação rápida era resultado de impulsos e desejos, através dos quais, se organizavam as famílias que se multiplicavam sem qualquer sentido ético (engraçado que até os dias atuais o ser humano, por vontade “própria” ou nem tão “própria” assim, ditada por falsos “valores” sociais, cultiva instintivamente o mesmo comportamento...)

À medida que fomos evoluindo, adquirindo consciência das relações sociais, o matrimônio foi estabelecido como forma de frear os abusos e dilacerações afetivas que eram prejudiciais e sem a menor consideração com a realidade emocional do indivíduo. A ausência de dignidade nos relacionamentos conspirava contra o equilíbrio e a ordem social.
A união através do matrimônio, seja ela pelas leis do homem ou ditada pelo simples e sincero desejo de estar junto, passou a direcionar melhor as uniões, através da existência de um comprometimento verdadeiro. Pode-se considerar esse, um momento de conquista como um dos mais elevados patamares da evolução psicológica e moral da sociedade.
Porém, até os dias atuais nada impediu que as expressões mais primitivas permanecessem ditando comportamentos, especialmente nos homens, os quais  se sentem com maior “permissão” em relação às mulheres, praticando o adultério e o desrespeito aos compromissos espontaneamente assumidos. Uma pena que seja assim, pois muitos dos desequilíbrios físicos e emocionais, os quais prejudicam a saúde da mulher, se dá pelo acúmulo de sentimentos negativos e reprimidos, vindos dos seus próprios relacionamentos. A mulher, enganada ou submetida aos caprichos do sexo oposto (força vigente e aceita pela sociedade, infelizmente!), muitas vezes silencia suas próprias aspirações, servindo de objeto para paixões, como é o caso da prostituição.
Embora o Amor possa orientar, disciplinar e conduzir à conquistas dentro de uma família, a chaga do sexo por sexo desmedido e o apelo sensual pelo corpo acabam contaminando gerações, as quais passam a dar créditos ao prazer e ao vício, destruindo muitas vezes relacionamentos sinceros em troca de prazeres momentâneos. Nem mesmo a proliferação das doenças sexualmente transmissíveis conseguiu diminuir a febre da infidelidade, tão admirada por homens e porque não dizer também, mulheres, castrando aspirações, ceifando alegrias e destruindo vidas.
O silêncio, fruto da ignorância e da presunção permanece nas famílias alimentando o machismo generalizado e o sacrifício feminino que suporta a submissão e a escravidão doméstica. Nem mesmo as leis civis, criadas pelo homem para cuidar do equilíbrio moral e social, mantendo os interesses da família, da sociedade e do indivíduo, consegue administrar as paixões desenfreadas sem qualquer consideração pelos sentimentos do indivíduo.
Somente a lei do Amor é portadora de valores capazes de preservar uma união, construindo respeito equilíbrio e felicidade. O matrimônio, portanto, à luz da psicologia, continua sendo um rumo de segurança para os indivíduos que, mesmo imaturos, despertam através do amor, construindo segurança e harmonia.
Quando Deus junta dois seres, isso ocorre em razão da Lei de causa e efeito. Por isso, devemos pensar o adultério, os relacionamentos múltiplos, o desrespeito à confiança e a dignidade do outro que se sente esmagado e conduzido ao ridículo.
É preciso entender que quaisquer diminuição da afetividade, não seja necessariamente motivo de separação, tendo em vista que o emocional experimenta alterações constantes, produzindo estados de desinteresses, conflitos e inquietações que deverão primeiro ser superados, antes de uma tomada de decisão infeliz.
A união entre duas pessoas é um compromisso sério, que deverá ser sempre baseada no Amor, no respeito e no amadurecimento, precedido de reflexão profunda e dever emocional para consigo e com o próximo. Errar é humano, sentir desejo é natural, traições existem e sempre existirão, basta ao indivíduo discernir o que lhe é saudável e o que prejudica a saúde física e mental de quem está envolvido. Que o Amor e o bom senso imperem sempre em nossos relacionamentos.

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