terça-feira, 28 de junho de 2011

AMANTES...


Por Josi Cristiane

Um belo dia, em uma tardezinha encantada você irá encontrar a sua alma gêmea, aquela que corresponderá todas as suas expectativas, suas necessidades e seus sonhos, certo? ERRADO!

 Essa fantasia que cantores e poetas gostam tanto de perpetuar, tem suas raízes na memória do útero materno. Onde estávamos tão seguros e "unificados" com nossas mães, que passamos a buscar isso durante toda nossa vida.  Mas falando crua e friamente, não passa de um sonho infantil...

Sabemos que "sozinhos" chegamos e "sozinhos" partiremos... Colocar a responsabilidade de nossa felicidade nas mãos de outra pessoa é uma idéia absurdamente ilusória. Queremos estar com pessoas porque nos sentimos sós,  pois o "isolamento" é desconfortável.

 Então, buscamos fora o que não encontramos dentro, procurando neutralizar isso com um relacionamento. O que acontece a partir daí, é a ilusão que conhecemos pelo nome de "paixão". "Caímos" de amor, porque não conseguimos ficar sozinhos... Nada mais do que isso!

Observando idas e vindas, tanto minhas, quanto de outras pessoas, tenho percebido indevíduos que terminam um relacionamento e, pelo "medo" de estarem sozinhos, engatam outro, num piscar de olhos. Se preciso, em minutos! Seria o mesmo que descermos em uma parada de ônibus e, em seguida, embarcarmos no próximo  que estivesse passando. Uma atitude quase que instantânea, automática!!!

 Isso prova o quanto o amor não era pelo outro, mas pelo o que ele representava e preenchia do seu próprio vazio... Relacionamentos desse tipo, acabam se tornando repetitivos, pois não se têm AMOR para dar, apenas a necessidade de buscar um AMOR que tenha "o quê" nos DAR!!! Tampa-se o "buraco" existente com o outro. Como se um relacionamento fosse uma espécie de remédio, negócio, contrato, tudo cuidadosamente calculado, manipulado...  

 Isso acontece devido a nossa incapacidade de lidar com a própria solitude. Ou seja, medo da própria companhia, do que possa encontrar estando apenas consigo mesmo... Esse tipo de comportamento tem sua origem no medo e na insegurança de lidar com os próprios sentimentos. Com ou sem alguém para tapar nossos "furos" internos, o vazio continuará lá... À procura de algo que só existe DENTRO de nós! 


Quando transcendemos essa necessidade de preenchimento através do outro, do "ter", ao invés do "SER", é que a nossa presença se torna TRANSBORDANTE!

 Nos tornamos tão plenos, que podemos preencher o universo inteiro, deixamos de ser mendigos, pedintes, para nos tornarmos energia pura, doadora, contagiante e encantadora! 

 O SIMPLES 'EXISTIR' JÁ NOS É SUFICIENTE!!!!

É preciso que SAIBAMOS que o amor verdadeiro não se desenvolve baseado na dependência física, sexual, emocional ou material por outra pessoa. Mas através do próprio amadurecimento, do auto-conhecimento, da presença de si mesmo.  Ai sim, passamos a ter tanto AMOR para DAR, que AMANTES serão espontaneamente ATRAÍDOS POR NÓS!

Esse é o único caminho para nos tornarmos AMANTES E AMADOS, pois SABEREMOS que antes (OU APÓS) qualquer coisa, teremos sempre a NÓS MESMOS!!!!


Um comentário:

  1. Seu ponto de vista é muitíssimo interessante. Me fez pensar de uma forma bem diferente. Acredito que seu texto valha por uma boa consulta/análise no divã. Na ância da busca pelo(a) outro(a), esquecemos que nos bastamos.

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